Potiguares em pânico, enquanto “porcos” tentam emergir!

Gestão Pública | mar 23 | 2023 | No Comment

“É necessário ter o caos cá dentro para gerar uma estrela.”
Nietzsche

 

A cada dia, esperanço que a situação de pânico e caos imposta pelo crime organizado tenha fim, mas me parece um buraco sem fundo. Quando me alegro pelo amainamento do caos, logo chegam notícias de mais ataques, inclusive, um dos mais graves ocorrido na tarde desta terça-feira (21), com explosão de artefato embaixo da ponte de Igapó. Tudo isso apenas 24h após a polícia detectar duas granadas de uso exclusivo das forças armadas em estabelecimentos comerciais.

A vida e a rotina da população potiguar estão completamente irregulares. O povo está com medo de sair à rua, de ir trabalhar. Parte das escolas estão fechadas, unidades de saúde sem funcionamento, linhas de ônibus reduzidas, empresas com portas fechadas. Enfim, a palavra que impera é pânico. A pergunta que me faço é: a quem pode servir esse sentimento esmagador de medo e ansiedade?

Infelizmente, existem alguns “porcos” (deuses do caos, segundo a mitologia do Egito) que tentam emergir após suas derrotas políticas recentes. Esses “porcos” asquerosos sobrevivem da lama e torcem para que o odor se amplie a cada dia, independentemente se a população está sofrendo, amedrontada e até morrendo em alguns casos, afinal, são discípulos do deus dos milhares de mortes e das fake news. Ora, até tentam convocar a população para ato em prol de impeachment da governadora, pensando eles que o povo é tolo.

Toda essa situação poderia ser evitada? Não sei ao certo os reais motivos de toda essa fúria do crime organizado, mas, pelas informações públicas, o governo tinha conhecimento de casos de torturas, maus-tratos e superlotação dos presídios. Nem precisa ser especialista para saber que esses são alguns dos estopins que motivam rebeliões dentro e fora dos cárceres, comandadas a partir dessa gênese. Se isso procede, por quais razões as providências cabíveis não foram adotadas a tempo de evitar tudo que ocorre hoje? Quando eu era deputado, em cumprimento às minhas obrigações de fiscalizar o executivo, por várias vezes fui visitar presídios e constatei situações contrárias ao que preconiza a legislação brasileira e tomei todas as providências cabíveis. Ninguém mais tem feito isso? Pelo visto, não. Afinal de contas, para alguns, é melhor comemorar “CPFs cancelados”!

Dizem que “mais vale prevenir o problema do que lidar com ele em seu pior estado”. Pois bem, os diversos governos passados e o atual não conseguiram prevenir o problema e, agora, cabe à governadora Fátima Bezerra lidar com ele em seu pior estado. A resolução da problemática é difícil e desafiadora. Entretanto, Fátima Bezerra, única governadora mulher reeleita do Brasil, tomou a decisão acertada, a meu ver: não temeu os confrontos e não negociou com líderes do crime organizado como fizeram governos passados. Ao contrário, decidiu enfrentar o problema e, claro, as reações são esperadas.

No entanto, nota-se que o Estado está vencendo e vencerá, não tenho dúvidas. Vencerá porque não vacilou em buscar ajuda em estados vizinhos e junto ao governo federal. Vencerá porque a população, mesmo amedrontada, está ajudando as forças de segurança com informações importantes, mesmo diante das inúmeras fake news originadas em algum gabinete do ódio. Vencerá porque existem profissionais de segurança competentes no seu labor diário. Vencerá, enfim, porque o trabalho sempre vencerá a inércia.

Essa é a hora da união de ações e esforços para retirar rapidamente os potiguares da condição de pânico. É hora de todos ajudarem, independentemente de ideologia. Não é o caso de ajudar o governo; a ajuda é ao Estado e à população, em especial, às pessoas que mais sofrem, os que não têm carro nem casa própria, os que não têm altos rendimentos, como é o caso dos pequenos comerciantes e trabalhadores informais ou assalariados.

Que os “porcos” da política potiguar sigam na lama, pois de lá não devem sair tão cedo. Que tudo isso que está acontecendo sirva de lição para que o governo cumpra com o seu papel, sendo legalmente rigoroso com os que andam à margem da lei, sem abdicar de respeitar os direitos humanos, de modo que do atual caos nasçam as estrelas da bonança. Que o Rio Grande do Norte tenha paz perene, para que seu povo volte a sorrir e se orgulhar desse pedaço de chão nordestino.